
METODOLOGIA

Este museu virtual é resultado de trabalho coletivo, realizado por equipe técnica multidisciplinar e por artistas, artesãos e admiradores do Festival de Quadrilhas Folclóricas de Faro. Nosso objetivo é valorizar, salvaguardar e difundir este patrimônio cultural imaterial do município, tendo em vista sua relevância nos processos de socialização do povo farense para a elaboração dos contornos de sua identidade; bem como na dinâmica econômica do município, implicando em suas datas o turismo e as rendas a ele associadas.
A coleta de dados para elaboração do acervo que compõe a matéria prima deste site articulou atividades de capacitação por meio de oficinas virtuais; a primeira, ministrada pela professora Dr.ª Luciana Carvalho sobre o conceito e marcos legais do Patrimônio Cultural no Brasil; outra, com o professor Ms. Filipe Mercês, sobre o uso da história oral e a forma de aplicação do questionário desenvolvido pela equipe técnica deste projeto, a ser aplicado com artistas, artesãos, fundadores e brincantes em Faro.


Depois de realizada a primeira etapa, que consistia na preparação da equipe de campo com as oficinas supracitadas, as coordenadoras Valcicléa Ferreira e Malenna Farias orientaram as pessoas integrantes deste projeto, baseadas no município de Faro, para aplicarem, em campo, com guardiões da memória local e com pessoas selecionadas e indicadas pela coordenação de cada quadrilha, o questionário desenvolvido para este fim.
A realização destas entrevistas, orientadas por um questionário composto por perguntas abertas resultou em material escrito que contém a história do Festival e seus momentos marcantes; o modo de integração de diferentes grupos no festival, sejam brincantes, costureiras, marcadores, coordenadoras, artesãos e das redes de apoio doméstico e familiar que sustentam estas atividades essenciais para a realização do Festival. Material audiovisual, como fotos e vídeos das entrevistas e de edições anteriores do festival e da sua preparação também foram colhidos pelas equipes em campo e paulatinamente divulgado nas redes sociais do Projeto.
O diálogo com a comunidade, à título de divulgação do projeto, às vésperas do lançamento do museu virtual, contou com lives transmitidas via Facebook, explicando do que se trata este projeto e debatendo o poder da memória na composição de identidades; além de roda de conversa transmitida do mesmo modo e na mesma rede social com marcadores, para que eles contassem sua experiência na coordenação do grupo durante o festival.
Ainda no intuito de divulgação do material deste acervo, realizamos, através de vídeos gravados, oficina de coreografia com duas pessoas com experiência na função de “marcador”, além de vídeo com artesãos que produzem para o Festival, no intuito de que eles construíssem um arquivo passível de transmissão e registro de uma parcela do seu saber.



Destacamos que este Projeto está sendo realizado durante a ocorrência da pandemia do coronavírus, o que limita as possibilidades de deslocamento e recomenda cuidados higiênicos constante, bem como atenção ao distanciamento social necessário para conter a disseminação do vírus. Tendo em vista o momento contemporâneo, nossas etapas de campo, que necessitavam atividade presencial, ocorreram em respeito às medidas indicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS): mantendo o uso de máscaras e, sempre que possível, com contato realizado em ambiente aberto, respeitando o distanciamento de, no mínimo, dois metros.
Nossa exposição, objetivo deste projeto, foi elaborada a partir de seleção do material disponível e objetiva demonstrar o circuito do Festival de Quadrilhas Folclóricas de Faro. Nesse sentido, apresentamos quatro momentos: o primeiro, com os preparativos para o dia do festival, o que inclui o processo produtivo e criativo que estão em sua base; o segundo, com uma pequena demonstração de elementos anteriores sobre quais a institucionalização do Festival se constrói; no terceiro apresentamos o desenrolar das quadrilhas no ginásio municipal durante o festival. Nesta etapa selecionamos a ordem de apresentação das quadrilhas a partir do critério de tempo de existência de cada uma, e, portanto, iniciamos com a Campinense no Arraiá e terminamos com Morumbi no Arraiá. O quarto momento fecha a exposição e mostra os desdobramentos do festival para as quadrilhas e para o município.
Os momentos primeiro, segundo e quarto, nos quais as quatro quadrilhas compartilham uma experiência comum – preparação, antecedentes e resultados; respectivamente –, são expostos observando, sempre que possível, dois princípios: anterioridade da prática primeira em relação à subsequente e fluidez cromática das fotografias. Destacamos, também que a exposição (terceiro momento) sobrepõe temporalidades distintas de cada item, enfileirando, por exemplo, imagens do marcador de três anos distintos; ou cordão de apresentações de vários anos diferentes. Isto porque nosso objetivo consiste em demonstrar a forma do Festival em geral, e não necessariamente seguir a linha de apresentação de um ano específico.
A equipe multilocal está baseada em Faro (a), Santarém (b) e Belém (c) e é composta por: a) Cleinha Ferreira (coordenadora), Fabiola Carvalho (comunicação), Iane Azevedo (design gráfico e web designer), Joilza Figueiredo (capacitação e inventário), Regiane Almeida (inventário e exposição), Vândrea Ferreira (tesouraria); b) Luiz Felipe Magalhães (audiovisual), Roberta Abeccassis (produção e roteiro audiovisual), Valéria Castro (design gráfico e comunicação); c) Filipe Mercês (curadoria da exposição), Jorge Mercês (curadoria da exposição) e Malenna Clier (co-coordenadora e curadoria da exposição).
Referências:
Entrevistas:
ANJOS, Sivaldo Batalha dos. Entrevista concedida para este projeto em 26/04/2021.
BRITO, Andrei de Souza. Entrevista concedida em 15/04/2021.
COSTA, Felipe Afonso dos Anjos. Entrevista concedida para este projeto em 17/04/2021.
DUQUE, Aldair. Entrevista concedida para este projeto em 29/04/2021.
FERREIRA, Valcicléa Barbosa. Entrevista concedida para este projeto em 06/04/2021.
PINTO, Iolene. Entrevista concedida para este projeto em 03/05/2021.
PINTO, William Guimarães. Entrevista concedida em 30/04/2021.
RODRIGUES, Luís. Entrevista concedida para este projeto em 12/04/2021.
SOUZA, Francelina de Oliveira. Entrevista concedida para este projeto em 20/04/2021.
SOUZA, Suziele Castro de. Entrevista concedida em 20/04/2021.
VASCONCELOS, Delivaldo dos Anjos. Entrevista concedida em 11/05/2021.
Órgãos e documentos públicos:
BRASIL, Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1967. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao67.htm.
BRASIL, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Patrimônio Cultural. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/218.
BRASIL, Ministério do Turismo/Secretaria Especial da Cultura. Plano Nacional de Cultura. Disponível em: http://pnc.cultura.gov.br/tag/plano-de-salvaguarda/.
FARO, Câmara Municipal. Lei 0437/2017, Declara o “Festival de Quadrilha Folclórica de Faro” como Patrimônio cultural, imaterial e histórico do Município de Faro Estado do Pará. Disponível em: https://camarafaro.pa.gov.br/arquivos/42/_0000001.pdf
PARÁ, Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), Lei Estadual Nº 5629, disponível em: https://www.semas.pa.gov.br/1990/12/20/9729/.
Artigos, livros e TTCs:
AZEVEDO, Paulo. PCH: a preservação do patrimônio cultural e natural como política regional e urbana. São Paulo: Anais do Museu Paulista, v.4, n.º 1, 2016. pp. 237-256.
DANTAS, Elgles. Manifestações culturais no espaço geográfico: o estudo do festival folclórico de quadrilhas de Faro-PA. Universidade Estadual do Amazonas (monografia), 2015.
MOREIRA, Neomênia Santos. Que quadrilha é essa? Busca por sentidos em uma dança em transformação. 2019. 54p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Licenciatura em Dança, Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Goiás, Goiania, 2018.
RANGEL, Lúcia Helena Vitalli. Festas juninas, festas de São João: origens, tradições e história / – São Paulo: PublishingSolutions, 2008.


