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Quadrilha Foliões da Madrugada

        A Quadrilha Foliões da Madrugada foi fundada no dia 26 de maio de 1996, por jovens de diversos bairros da cidade, mas com maior concentração de moradores do bairro do Centro, com o objetivo de dançarem na alvorada de São João Batista, padroeiro farense, que acontece no dia 14 de junho.

       O nome Foliões da Madrugada foi escolhido a partir do termo “foliões”, que remete à “folia”, ou seja, alegria, dança, animação, ao passo que o termo madrugada se refere especialmente a apresentação da quadrilha, realizada na alvorada da festa de São João Batista, no badalar dos sinos da Igreja Matriz, com o som dos fogos anunciando o início da festa.

          No dia 27 de maio, Iolene Pinto, uma das “baluartes” da quadrilha, saiu de casa em casa, pela vizinhança, convidando amigos e vizinhos para o projeto. No dia seguinte, 28, a quadrilha Foliões da Madrugada realizou o seu primeiro ensaio. O mesmo ocorreu em frente à casa de Iolene Pinto, na Rua Dr. Augusto Montenegro, às 22h, já tarde, pois a maioria dos participantes estudava a noite.

Localização do Bairro Centro, em Faro (PA).

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Fonte: Google Maps

        Em 1996, o som com o qual a quadrilha ensaiava advinha de fita cassete, cedida por dona Sabá, moradora da mesma rua. Lembra Iolene: “O mais animado que era, nos nossos ensaios, era que na época não tinha CD, era fita cassete, aí: ‘para o som, volta a fita’, aí começava tudo de novo. Mas era um grupo de quadrilha, assim, bastante animado, aí os anos foram se passando, e os simpatizantes também foram aumentando, e todo ano a gente se apresentava, se apresenta na madrugada de São João Batista”. Em dias oportunos, o ensaio realizava-se no período da tarde, ainda em frente à casa de Iolene, mas na Travessa 7 de setembro.

            A primeira marcadora da quadrilha foi a própria Iolene Pinto. Mas, após perceber que a cada dia o número de participantes aumentava e, consequentemente, a agitação entre os brincantes também, seria necessário uma voz masculina à frente da quadrilha. Então, ela convidou um dos integrantes do grupo, Nonato Bitencourt, para ser o novo marcador.

              Quando o dia 14 de junho chegou, a quadrilha estava ansiosa, era a Alvorada de São João Batista. O marcador Nonato saiu às 03:30 da madrugada, em sua bicicleta de três rodas, apitando em frente à casa dos brincantes, era preciso que todos acordassem e estivessem prontos para a grande apresentação. E assim procedeu, o grupo reuniu-se no lugar habitual, na frente da casa da Iolene, e saíram juntos para a apresentação na praça de São João Batista. Foi o marco da quadrilha!

           A partir daquele ano, todas as madrugadas do dia 14 de junho a quadrilha Foliões da Madrugada realiza sua homenagem a São João Batista. O número de participantes, com o passar dos anos, só aumentou. Iniciou-se um novo ritual: após a apresentação era servido o café da manhã e em seguida o “batizado” dos novos membros, que se dava com um banho de rio no antigo trapiche, em frente à prefeitura municipal. Atualmente, o rito acontece na escadaria da praça, em frente à prefeitura.

         Houve também a mudança do espaço dos ensaios, eles passaram a ser no salão paroquial, cedido pelo padre Raimundo Dico, no horário das 12h, a fita videocassete foi substituída pelo CD. Nesse período, cada brincante mandava confeccionar sua roupa, pois eram mais simples, o tecido utilizado era a chita. Por não haver competição, não havia também a necessidade de gastar com tecidos mais caros. 

          No ano 2000, a equipe da festa de São João Batista realizou um Festival de Quadrilhas na praça. A responsável pela organização foi a sra. Ângela Rita Auzier, responsável pelo show cultural da praça. A Quadrilha Foliões da Madrugada apresentou-se com a indumentária de chita amarela e obteve o título de campeã. Além da Foliões, participaram deste festival as quadrilhas Forrozando, comandada pelo seu Chico; Brasileirinhos, comandada pelo Maúca – que vinha somente nos anos de copa – e a São João da América, comandada pelo jovem Gleicivaldo Guerreiro. Foram cinco anos consecutivos obtendo o título de primeiro lugar (de 2000 a 2004). Esta é a participação da Foliões da Madrugada no festival da praça, quando não envolvia – ou envolvia em menor intensidade – a prefeitura municipal.

             Em 2006, mudado o lugar do festival para a quadra poliesportiva e já envolvendo o poder público para a realização do evento, a quadrilha Foliões da Madrugada, com indumentária azul, de chita, obteve o segundo lugar, ficando em primeiro a quadrilha Campinense. A primeira porta-estandarte da foliões foi a Rita Márcia, em 2007. Ela foi muito bem recebida no festival, alcançou dos três jurados a nota máxima. A apresentação utilizou, na indumentária, chita de cor vermelha. A quadrilha obteve o segundo lugar no festival, ficando em primeiro a Unidos do PC.

             No ano de 2008, houve a definição, pela coordenação, das cores da quadrilha: vermelho, amarelo, branco e preto. Houve também, em reunião com a coordenação do festival, a inclusão de mais um item, a Rainha. A jovem Rina Marisa Pinto foi a primeira rainha da quadrilha, obtendo o mesmo resultado da porta-estandarte no ano anterior.

       Para Iolene, 2008 foi um divisor de águas, no que diz respeito às indumentárias, ela relata que “deixamos para trás a chita e inovamos com TNT brocado, a quadrilha brilhou comparado às estrelas do céu!”. O tecido havia sido buscado pela presidente da quadrilha em Manaus. Dessa vez, Foliões da Madrugada conquistou o primeiro lugar, repetindo o feito por três anos consecutivos, de 2008 a 2010. Hoje, a quadrilha é hexacampeã do festival, tendo obtido o título em 2008, 2009, 2010, 2013, 2014 e 2018. Assim, com união, brilhantismo e acolhimento – pegando emprestado as palavras de dona Iolene – a quadrilha Foliões da Madrugada permanece ativa há 25 anos.

Logo - Foliões.jpg

Referências:

PINTO, Iolene. Entrevista concedida para este projeto em 03/05/2021.

 

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